Nery Porto Fabres
A nada mole vida da política brasileira
Por Nery Porto Fabres
Professor
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Houve um tempo em que me convenceram que os tribunais do Brasil julgaram um ex-presidente por crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa e enriquecimento ilícito no exercício da função pública. Findo o processo investigatório da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, deu-se por concluídas as investigações de todo o teor das suspeitas e atribuída toda a culpa ao ex-presidente e oferecida à Justiça Federal a denúncia formal.
Recebida a denúncia e aberto o processo judicial, colhida a farta carga probatória, arroladas as testemunhas, feitas as oitivas, inquiridos, julgados e condenados os réus nas instâncias de piso, regional e superior, esgotando os recursos, veio a prisão para cumprimento de pena. Todo esse movimento gerou despesas à administração pública, produziu excesso de trabalho, acumulou cargos nas delegacias, no Ministério Público, na Justiça Federal e, não bastasse o rombo nos cofres públicos, veio o desgaste político.
Vieram as certezas que todos os partidos do governo investigado participavam do maior esquema de corrupção da história do Brasil. O Brasil mostrou ao mundo que os empreiteiros que recebiam bilhões de dólares para realizar obras em todo o País superfaturavam os serviços para roubarem o cofre público (Erário).
Porém, num movimento surreal, os tribunais, os mesmos empreiteiros, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal se uniram ao então ex-presidente para anular a condenação e o trazer de volta ao poder. Fizeram campanha eleitoral em uníssono para o povo celebrar a vontade desta união arbitrária, imposta pela ganância e, logrado êxito nessa façanha, no dia 12 de dezembro de 2022, diplomaram Lula presidente da República, que inicia seu mandato dia 1º de janeiro de 2023.
Agora querem impor que se deva aceitar suas decisões e chamam essa imposição de democracia: governo do povo, com o povo e para o povo. Este é o verdadeiro Brasil do Estado de Direito, a tal democracia. Mas, isso não acaba por aí, esse grupo quer nos convencer que há de se mudar a lei das estatais que fiscaliza, controla e limita as indicações políticas nas empresas públicas.
Bem, em outras palavras, o Brasil voltará à cena do crime. A cena em que os congressistas, os tribunais, os empreiteiros viviam às mil maravilhas com o presidente da República, dividiam propinas, lavavam dinheiro dos crimes e festejavam em jantares na Casa da Dinda, depois de uma pelada de futebol. E o que mais incomoda é saber que não haverá oposição a esse comportamento político que se instalou dentro da Casa da Moeda, do Banco Central, do Banco do Brasil, da CEF, da Petrobras… E, claro, dentro dos gabinetes que administram as decisões judiciais.
Sim, o Brasil abriu as porteiras para o crime. Está criando leis para estourar o teto de gastos, irá gastar o que bem entender. E, por óbvio, elevará o custo de vida para o pobre. Além disso, irá colocar cargos em comissão nas principais estatais para contratarem empresas de prestação de serviços que bem quiserem. Enfim, o governo petista será o mesmo governo de gestões anteriores que escandalizou o mundo com a corrupção sistêmica.
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